domingo, 30 de novembro de 2008

Sociedade Brasileira, a vergonha nacional

Recentemente, li ao livro Incidente em Antares de Érico Verrissimo, fiquei encantada! A história em geral é uma ficção, mas os personagens são típicos como os do teatro Vicentino, e nos faz ter vergonha de que em quase 500 anos, ainda rimos dos tipos que se "dão bem" de um jeito ou de outro, a obra foi publicada nos nossos tempos de cortina de ferro, possui uma dura crítica a todo o sistema de governo adotado desde o império de D. Pedro II até o golpe militar, ainda assim a obra é incrivelmente atual, vemos a corrupção, o império das oligarquias, o descaso com os carentes, o baile de mascáras na sociedade burguesa.
Refletindo, o que mudou? Nada! Ainda temos que abaixar a cabeça para poucos, pagar nossos impostos exorbitantes e nunca reclamar, por medo de sofrermos ameaças ou até mesmo por zelarmos por nossa própria vida. Até quando será assim? Não se sabe. O que ás vezes me parece é que o povo brasileiro gosta desde estado, vivendo nos extremos da lei e das relações pessoais, da cadeia para os pobres e do "jeitinho" dos nossos governantes, que continuam a enriquecer com o dinheiro suado de nossas camisas.
Certo dia, no trem, um destes pedintes contou uma estória (mesmo parecendo real, nunca dou esmolas pois acho que não ajuda em nada e só influencia a medincância), ele dizia que a dezoito anos atraz sua filha de apenas 6 anos de idade foi estuprada, morta e trucidada, o maníaco não havia sido preso e ele resolver fazer "justiça com as próprias mãos", matou o assassino, mas foi condenado e preso; um dos argumentos que ele usou achei realmente útil, pois sabemos que se fosse a filha de um juiz o mesmo seria visto como herói, e não como ele, como um bandido.
O que nos leva a pensar que a lei sempre vale para aqueles que não podem dar um "jeitinho", aqueles que não podem usar o jargão do "olha com quem está falando", continuamos a ter escândalos que só resultam em pizza e população indignada, que parece esquecer de tudo com alguma festividade, ou uma trágedia em algum lugar.
Deste modo, somos cumplices, e não podemos confessar,pois a nossa justiça tem os dois olhos descobertos.

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